Bem-vindo à página comemorativa dos 40 anos do NICS. O núcleo celebra quatro décadas de funcionamento ininterrupto de excelência acadêmica e artística. Aqui, centralizamos os eventos que marcarão nossas comemorações ao longo do ano de 2023. Confira nossos eventos, seminários e conheça mais sobre nossa história. Confira logo abaixo:
Local: Entrada da Biblioteca Central – Unicamp
Horário: 10h as 16h
Sobre: “In C” (de 1964) composta pelo celebrado compositor norteamericano Terry Riley, é construída a partir 53 pequenos fragmentos musicais e, segundo sugestão do compositor, deve ser executada por 35 músicos que escolhem livremente que fragmento irão tocar. Importante composição minimalista, utiliza elementos da música aleatória.
Executada a partir de um modelo computacional escrito em Pure Data desenvolvido pelo Pq. Dr. José Fornari, intitulado “NI(n)CS” e baseado na pesquisa divulgada pelo artigo “Playing Algorithms: Finite State Machines with Datapath in Music-Domain Visual Languages” (Tavares, T. ; Fornari, J.), o patch conta com 35 “musicians” (subpatches que executam o patch FSM (finite state machine, ou máquina de estados finitos) e assim escolhem o trecho musical a ser executado e a sua ordem. Cada trecho escolhido é executado 4 vezes.
Cada “musician” inicia sequencialmente, após cerca de 7 segundos do “musician” anterior ter iniciado, porém o tempo que irão tocar é indeterminado, pois depende do caminho traçado pela sequência de estados da FSM (Finite State Machine, ou Máquina de Estados Finitos) de cada um dos 35 subpatches “musician”, até cada um deles atingir seu último estado.
Cada “musician” tem uma localização espacial ligeiramente distinta, a fim de criar a sensação de se escutar um grupo musical.
Cada performance inicia com o primeiro trecho mas o caminho de escolhas de novos trechos é sempre novo, para cada performance nesta releitura computacional desta obra prima do minimalismo.
Convidados do Nics falam sobre seus percursos relacionados ao núcleo, desafios e a instituição de um campo de pesquisa interdisciplinar e visionário.
Convidados:
Prof. Dr. Raul Do Valle
Prof. Dr. Adolfo Maia
Prof. Dr. Jonatas Manzolli
Moderador: Pq. Dr. Stephan Schaub
Local: NICS – Sala Multiuso
Horário: 14h
Ensemble Eletroacústico NICS apresenta:
O Tratado de C. Cardew
Local: Casa do Lago Unicamp
Hora: 14:30h
Sobre:
A PROPOSTA
A proposta do compositor britânico Cornelius Cardew (1936-1981) reúne uma diversidade de figuras geométricas, números, linhas e alguns símbolos musicais. Foi escrita entre 1963 e 1967. O compositor nunca deixou instruções específicas para ela, mas sugeriu que cada intérprete ou grupo construísse sua própria interpretação questionando as possibilidades de significado.
O Tratado de Cardew foi inspirado no trabalho do filósofo Ludwig Wittgenstein ‘Tractatus Logico- Philosophicus’, que examina os limites da linguagem humana. De forma similar, Cardew buscou explorar os limites da notação musical, utilizando símbolos não convencionais que não têm significado prévio. Cada músico, ou o grupo, deve criar seu próprio conjunto de significados para realizar uma performance única.
Durante a performance desta obra, o compositor espera que o público fosse livre para apreciar a obra de uma maneira mais informal. Mantendo o respeito com o trabalho dos músicos, as pessoas na platéia estão livres para deixar a sala para relaxar um pouco e voltar quando acharem conveniente; além experimentarem outros ângulos de visão, trocando de lugar, ou mesmo apenas escutar a performance com os olhos fechados.
ENSEMBLE ELETROACÚSTICO NICS
Formado por Manuel Falleiros (sopros, processamento digital); André Martins (Guitarra, bandolim, processamento digital); e Bruno Trochmann (cordas e instrumentos preparados), conta com experientes improvisadores especializados na linguagem da música aberta e de tempo real.
Assista neste link o concerto.
O Núcleo Interdisciplinar de Comunicação Sonora (NICS) da Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP) está organizando um ciclo de encontros como parte das comemorações de seus 40 anos de existência, tendo o som como tema principal de suas pesquisas.
Esses encontros exploram o som como ponto de partida para a pesquisa interdisciplinar, abrangendo áreas como acessibilidade, música, robótica, movimento, acústica, análise, criatividade, cognição, entre outros assuntos.
A cada duas semanas, às terças-feiras à tarde, dois convidados colaboradores do núcleo realizarão palestras, compartilhando suas perspectivas únicas sobre o som.
Você pode participar presencialmente ou acompanhar as atividades pelo canal do YouTube do NICS.
ADOLFO MAIA
Atualmente é Professor Associado (MS 5-II) aposentado da Unicamp, atuando como Pesquisador Colaborador do Núcleo Interdisciplinar de Comunicação Sonora (NICS). Foi pesquisador do CNPq até 2013, primeiramente em Física Teórica e posteriormente na área de Modelos Matemáticos em Composição Musical e Sonologia.
Tema: Em parceria com Igor L. Maia apresenta uma análise baseada em gratos de Musica Ricercata – Mov. VII (G. Ligeti) e seu arranjo para Six Bagatelles for Wood Quintet – Mov. III.
ROGÉRIO VASCONCELOS
Doutor em Música/Composição pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS 2008) e bacharel em Música/Composição pela Escola de Música UFMG (1990), onde é professor desde 1997, atuando principalmente nas áreas composição (música instrumental, meios eletroacústicos) e análise musical.
Tema: Aplicação de técnicas de machine learning em análise musical: um estudo de Kürze Schatten II (Brian Ferneyhough)
Vilson Zattera
Possui dois pós-doutorados pela Universidade Estadual de Campinas, PPGM Instituto de Artes-IA (2011-2017) nas áreas de violão, hardware e software livre, e acessibilidade computacional em música para pessoas com deficiência visual. Pesquisador convidado do NICS – Núcleo Interdisciplinar de comunicação sonora, Instituto de Artes UNICAMP. Atua na área de musicografia Braille e acessibilidade no Laboratório de Acessibilidade da Biblioteca Central Cesar Lattes da Unicamp, docente convidado na área de educação musical e Braille na pós- graduação do Instituto de Artes da UNICAMP. Também
atuou como professor visitante da Escola de Música da UFRN, Natal-RN. É Ph.D em Etnomusicologia pela University of Washington,
Seattle, WA – U.S.A (2010) e Master in Fine Arts – Música pelo Califórnia Institute of the Arts, Los Angeles, CA-U.S.A (1999). É graduado no Bacharelado em Música (Violão) pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (1990). Como pesquisador estuda e desenvolve metodologias que analisam as implicações socioculturais, estéticas e performáticas de modelos computacionais de síntese e processamento de dados (simbólicos e acústicos) no que tange a disponibilização do acesso à música para os deficientes visuais. Este projeto se estende desde a questão da utilização e implementação de ferramentas computacionais de auxílio ao acesso à música, para compositores e instrumentistas com deficiência visual, bem como no ensino e aprendizagem na área de Educação Especial e Inclusão. Vilson Zattera tem deficiência visual total desde os 7 anos de idade.
José Fornari (Tuti) é pesquisador, carreira Pq, no Núcleo Interdisciplinar de Comunicação Sonora (NICS), da Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP), desde setembro de 2008. Tem PosDoc pelo Grupo de Cognição Musical do Centro Finlandês de Excelência da Universidade de Jyväskylä, Finlândia (2007). Tem PosDoc em Síntese sonora evolutiva, realizado no NICS, patrocinado pela Fapesp, processo: 04 / 00499-6. (2004). Tem Doutorado em Engenharia elétrica pela Faculdade de engenharia elétrica e computação (FEEC) da UNICAMP. Foi Pesquisador Visitante no Centro de Pesquisa no Center for Computer Research in Music and Acoustics (CCRMA), da Universidade de Stanford, California, EUA (1996). Tem Mestrado em Engenharia elétrica pela FEEC (1994). Fez Bacharelado em Música Popular, modalidade Piano, no Departamento de Música do Instituto de Artes (IA) / UNICAMP (1994). Tem Bacharelado em Engenharia elétrica pela FEEC (1990). Áreas de pesquisa: Música e Tecnologia, Arte Computacional Multimodal, Síntese Sonora, Psicoacústica, Processamento de Áudio, Computação Evolutiva, Música Interativa, Recuperação de Informações Musicais, Cognição Musical, Neurociência e música.
MANU FALLEIROS (NICS/UNICAMP)
Compositor, improvisador, saxofonista. Doutor em Artes pela Universidade de São Paulo – USP. Lidera o Laboratório Multidisciplinar de Improvisação, Criatividade e Cognição Musical. Professor Permanente do Programa de Pós-graduação em Música da UNICAMP. Coordenador do Núcleo de Comunicação Sonora – NICS / Unicamp
“Noções de Liberdade e suas implicações na prática da Improvisação Livre.”
Resumo: Na prática da Improvisação Live observamos que a influência das expectativas na tomada de decisões busca atender de alguma forma a noção de “liberdade”, que se apresenta como distintiva, ainda que se tome como base modelos de organização estrutural a partir de representações gráficas ou então por meio de modelos no quais os improvisadores assumem papéis interpretativos.
ARTHUR FARACO (Universidade de São Paulo – USP)
Doutorando em Música na Universidade de São Paulo, atualmente em período sanduíche no Institute de Recherche et Coordination Acoustique/Musique (Ircam). Mestre em Música pela Unicamp. Tem como foco de pesquisa e de produção artística a improvisação livre coletiva.
“O estudo da Improvisação Livre a partir de metodologias da musicologia empírica.”
Resumo: O interesse acadêmico em relação à improvisação livre coletiva deu base para a construção de uma ampla discussão teórica sobre esta prática musical. Nos voltamos agora para as possibilidades que métodos da musicologia empírica podem abrir para seu estudo, tomando-a como objeto ou como modelo experimental.
JÔNATAS MANZOLLI
“Texturas do Som e do Movimento numa Pesquisa Interdisciplinar.”
Resumo: A música produz texturas através das diferentes articulações temporais presentes em cada composição que se relacionam com a percepção do espaço, ambiente, memória e movimento. É necessário entender que todos esses aspectos criam um complexo de vizinhanças do fato musical, tornando cada obra um atrator de significados. Para estudar essa rede de significação, é essencial desenvolver pesquisa interdisciplinar nos campos tecnológicos e musicológicos, explorá-los e ampliá-los criativamente na produção artística. A partir dessa motivação, a palestra apresenta a trajetória do autor, pesquisador e/ou coordenador do NICS durante cerca de 25 anos, exemplifica sua trajetória com obras que variam desde instalações interativas até óperas multimodais. Nelas utilizou diferentes arquiteturas sonoras que dialogam com o movimento e com o espaço para criar texturas únicas.
DANIELLA GATTI
“Dança em redes: uma poética da interação “
Resumo: Processos criativos em redes que integram diferentes modos comunicacionais como movimento, som, texto, música, imagem e suportes tecnológicos, problematizam o trabalho processual da criação redimensionando os elementos intrínsecos de cada linguagem e o próprio campo poético-estético.
No caso da linguagem da dança, o movimento se torna “trama” quando os corpos adquirem um estado de abertura, disponibilidade e escuta para que as praticas pré estabelecidas no campo da improvisacão e da composição coreográfica se alterem convergindo a uma nova experiência poética auto-organizada a partir das interacões com outros agentes criativos. O corpo em movimento se torna expandido e ganha novos contornos interativos de presença e sentido.
A partir da abordagem em redes a palestra apresenta algumas das experiências artísticas multimodais e composiconais desenvolvidas pela autora em parceria com o compositor Jonatas Manzolli desde 2013 trazendo os diferentes processos de trabalho com a dança e o movimento.
Ouvindo o mundo com duas orelhas.
Feche os olhos e preste atenção na sua audição. Note como você é capaz de extrair diversas informações do som ao seu redor como. Nesta palestra vamos abordar a capacidade do nosso sistema auditivo de localizar as fontes sonoras e como podemos simular o posicionamento de fontes virtuais no espaço ao nosso redor usando sistemas de áudio binaural.
Bruno Masiero – FEEC-Unicamp
Engenheiro acústico e músico nas horas vagas, sou professor na Faculdade de Engenharia Elétrica e de Computação da Universidade de Campinas (Unicamp).
Tenho pesquisado a aplicação de técnicas modernas de processamento digital de sinais em diversas aplicações de áudio e acústica, como aquisição e reprodução espacial de som, imageamento acústico, caracterização de materiais acústicos e desenvolvimento de ferramentas de avaliação audiológica.
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Perda auditiava e Transtorno do processamento Auditivo Central: Como avaliar?
Nesta palestra apresentarei informações sobre como avaliar o sistema auditivo periférico e central.
Maria Francisca Colella-Santos
Professora Titular em Audiologia pela FCM/Unicamp, Coordenadora do curso de Fonoaudiologia da Unicamp e presidente da Academia Brasileira de Audiologia-ABA
Título da fala: Percussão e novas tecnologias
Resumo da fala: Irei discutir sobre algumas das habilidades e conhecimentos necessários para o intérprete do século XXI a partir das minhas experiências iniciadas no NICS e desdobradas na Universidade Federal de Uberlândia. Apesar da reflexão ser focada nos instrumentos de percussão, algumas delas podem servir também para outros instrumentistas e compositores. O objetivo é demonstrar como a rápida evolução tecnológica proporciona novos meios de se produzir, realizar e consumir música. Assim, o intérprete do século XXI deve estar preparado para lidar em diferentes contextos. Na minha visão, o virtuosismo não está mais em se especializar em uma determinada técnica ou repertório, mas na capacidade de adaptação aos diferentes contextos musicais.
Cesar Traldi:
Percussionista e compositor, é bacharel em percussão e doutor em música pela Universidade Estadual de Campinas. Como solista, tem se destacado nacionalmente através de suas atuações frente a algumas das principais orquestras do país, além de apresentações e recitais solo em diversos Estados brasileiros. Internacionalmente estão apresentações na Croácia, Eslovênia, Dinamarca, Estados Unidos, México, Portugal, Espanha e Cuba. É professor do Curso de Música, pesquisador do Núcleo de Música e Tecnologia e orientador no Programa de Pós-graduação em Música da Universidade Federal de Uberlândia. Atua também como colaborador do Programa de Doutorado em Música da Universidade de Aveiro – Portugal.
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Cleber da Silveira Campos
Doutor pelo Núcleo Interdisciplinar de Comunicação Sonora (NICS-UNICAMP), sob a orientação do Prof. Dr. Jônatas Manzolli, vem desenvolvendo sua pesquisa com ênfase na interação dos instrumentos de percussão e processos tecnológicos, no contexto da música contemporânea. Sua Tese intitulada ” Modelos de Recursividade Aplicados à Percussão com Suporte Tecnológico” recebeu a Menção Honrosa no “Prêmio CAPES de Tese 2013 da área de Artes/Música”. Realizou seu mestrado também no NICS-UNICAMP, com bolsa de fomento da “Fundação de Amparo a Pesquisa do Estado de São Paulo” – FAPESP, concluindo em 2008. Foi professor substituto (bolsista PED) da UNICAMP. Atuou como professor efetivo de percussão da UNASP / Universidade Adventista de São Paulo e CDMCC / Conservatório Dramático e Musical de Tatuí “Dr. Carlos de Campos”. Como intérprete, destacam concertos em âmbito internacional, tais como: Croácia (2004, 2009); Cuba (2007); Portugal (2008); Espanha (2008) Eslovênia (2009) e México (2011). Tocou ainda com importantes percussionistas como: Stuart Marrs (USA), Frank Kumor (USA), Anders Astrand (Suécia), Angel Frette (Argentina), Igor Lesnik (Croácia), Carme Garrigó (Espanha) e Michael Udow (USA). Atualmente é professor de Percussão Erudita e Bateria da UFRN e coordenador do curso de Pós-Graduação “Lato Sensu” em Práticas Interpretativas dos Séculos XX e XXI. Tem experiência na área de Artes/Música – Instrumentação Musical (Percussão) e Mediação Tecnológica, com ênfase nas seguintes sub-áreas : INT-Práticas interpretativas/Performance Musical; MCO -Música contemporânea; MUT-Música e Tecnologia
Modelos de processos interativos catalisados pela performance musical
O foco deste seminário é discutir algumas das nuances e possibilidades de interação entre performers e mediação tecnológica, no contexto musical atual. Permeando um breve “estado da arte” no que se refere a algumas das interfaces utilizadas no âmbito da performance musical com aparatos tecnológicos, pretende-se abordar alguns aspectos interativos, tais como: espacialização de áudio; desenvolvimento de interfaces de baixo custo; pedais eletrônicos; realidade virtual (VR); analise mediada por suporte computacional, dentre outros. Para tanto, serão reportadas parte das pesquisas realizadas no LAPER 2 ME – Laboratório de Percussão e Performance Mediada por Recursos Tecnológicos da UFRN, coordenado pelo Prof. Dr. Cleber da Silveira Campos.
Co-criações entre humanos e máquinas na música e nas artes
Artemis Moroni
Interatividade, Máquinas e Arte: Explorando a Co-criação Humano-Computador
Computadores têm sido usados para criar arte desde o início dos anos 60, tanto por cientistas da computação com inclinação artística quanto por artistas interessados em usar ferramentas computacionais como um novo meio. Assim, as artes computacionais podem ser vistas como um espectro de atividades definido pela margem de controle que o artista humano possui sobre o resultado final ou, invertendo o ponto de vista, pelo nível de autonomia do sistema computacional.
Neste espectro de atividades apresentarei obras que não apenas exploram os vários níveis de colaboração entre humanos e computadores nas artes, incluindo robôs, mas também instigam a reflexão sobre os diferentes papéis que tais atores podem desempenhar no processo criativo, e como isso pode levar a novas formas de expressão, exploração e inovação, nos contextos visual, sonoro e do movimento.
Mikhail Malt
Musica e máquinas: co-criatividade ou criatividade distribuída?
A relação entre música e máquinas passou por uma evolução transformadora nos últimos anos, desafiando as noções convencionais de criatividade. Tentaremos explorar a interseção entre a musicalidade humana e a inteligência artificial, esclarecendo a questão de se isso constitui cocriatividade ou um novo paradigma denominado “criatividade distribuída”. Ao investigar os domínios da composição algorítmica, da música gerada por IA e das ferramentas colaborativas de criação musical atualmente disponiveis, navegaremos pela intrincada dinâmica entre artistas humanos e suas contrapartes mecânicas. Apresentaremos algumas das tendências emergentes na produção e no desempenho musical, baseados em IA e as implicações mais amplas para o futuro da expressão artística. Por meio dessa exploração, pretendemos promover uma compreensão mais profunda da relação em evolução entre música e máquinas, iluminando o caminho para uma integração harmoniosa da engenhosidade humana e da inteligência artificial no campo da criação musical (Mikhail Malt, ChatGPT & DeepL).
Maria Fernanda de Oliveira
(FECFAU- UNICAMP)
Materiais e dispositivos no condicionamento acústico de salas
Os materiais utilizados no condicionamento acústico de salas têm indicações técnicas específicas dos fabricantes. No entanto, algumas vezes, os ambientes requerem soluções mais elaboradas. Na apresentação, pretendo mostrar cases práticos de aplicação de materiais e dispositivos em ambientes internos.
Professora do Departamento de Arquitetura e Construção (DAC) da Faculdade de Engenharia Civil, Arquitetura e Urbanismo (FECFAU) da UNICAMP. Integra o Conselho Deliberativo da Sociedade Brasileira de Acústica. Tem experiência no desenvolvimento de pesquisa aplicada em parceria com empresas da cadeia produtiva da construção civil, com a execução de mais de 200 trabalhos técnicos com o tema de desempenho de edificações
José Augusto Mannis
(IA-Música UNICAMP)
Pesquisas em acústica no LaSom: A palestra abordará trabalhos no campo de acústica de salas (Predição modal aplicada ao desenho de salas, Concepção de difusores sonoros, Método geométrico para posicionamento de defletores acústicos) e de engenharia de audio (Sistema de registro sonoro multicanal em áudio imersivo, Método e processos de espacialização sonora multicanal, Processos de Downmix de registros sonoros multicanal) apresentando produções de referência e recentes.
José Augusto Mannis: tem formação na Faculdade de Engenharia Industrial (FEI) (Engenharia Elétrica), Instituto de Artes da UNESP (IAP) (Composição e Regência), Conservatoire National Superieur de Musique et Danse de Paris (CNSMDP) (Composição de música eletroacústica e Pesquisa musical), Mestrado em Música pela Université de Paris VIII (1988) e Doutorado em Música pela Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP) (2008). Pós-doutorado junto ao Programa de Pós-Graduação em Estudos Contemporâneos das Artes – PPGCA no Instituto de Arte e Comunicação Social na Universidade Federal Fluminense – UFF, em Niterói, RJ. Atualmente é professor Titular no Instituto de Artes da Universidade Estadual de Campinas. Tem experiência na área de Artes, com ênfase em Música, atuando principalmente nos seguintes domínios: música contemporânea, composição (música)-séculos XX e XXI, sonologia (música), acústica, engenharia de áudio. Desenvolve pesquisas e atividades interdisciplinares abrangendo rádio, bioacústica, acústica de salas, acústica musical, documentação musical, processos criativos e educação musical. Idealizador e responsável pelo Laboratório de Acústica e Artes Sonoras – LASom, no Depto. de Música do IA/Unicamp. Pesquisador Colaborador junto ao Laboratório de Sinais, Multimídia e Telecomunicações COPPE/Poli-UFRJ trabalhando com a equipe do Prof. Dr. Luiz Wagner Biscainho e integrante do grupo de pesquisa Ritmo, corpo e som – UFRJ liderado por Prof. Dr. Rodolfo Caesar e Prof. Dr. Marcelo Carneiro de Lima.
Elena Partesotti
Musicoterapia e Instrumentos Musicais Digitais Estendidos (EDMI): Perspectivas Interdisciplinares sobre Música, Criatividade e Neurotecnologia
O que torna a música tão poderosa a ponto de ser empregada em contextos terapêuticos, e quais são as bases neurocientíficas que a sustentam? Durante esta palestra, exploraremos os fundamentos da musicoterapia e o papel das neurociências na compreensão de seus mecanismos de ação, ilustrando como a música pode ser integrada em programas de reabilitação baseados em neurotecnologia. Explicaremos como a musicoterapia, combinada com os EDMI, abre novas possibilidades interdisciplinares. Abordaremos o empoderamento criativo e apresentaremos alguns exemplos de EDMI utilizados para esse propósito.
A palestra concluirá com uma reflexão sobre a crescente importância da colaboração entre musicoterapia e neurotecnologia nos campos da reabilitação e do bem-estar, abrindo novas perspectivas de pesquisa e prática clínica.
Alexandre Brandão
Interação gestual e realidade virtual associada a recuperação física e neurofuncional
Serão apresentadas as iniciativas da linha de pesquisa sobre realidade virtual e recuperação neurofuncional em desenvolvimento no âmbito do Cepid BRAINN (Brazilian Institute for Neuroscience and Neurotechnology – https://cepid.fapesp.br/ / https://www.brainn.org.br/). Tais inciativas consistem no desenvolvimento de tecnologias de reconhecimento de gestos a partir de técnicas de visão computacional e sensoriamento (ultrassom e unidades inercias), voltadas ao controle (por interação gestual) de interfaces de realidade aumentada e virtual, com aplicações em terapias de recuperação motora e neurofuncional. As soluções desenvolvidas permitem a interação humano-computador de forma não convencional, a partir de estímulos motores. Assim, com o uso de tais soluções, é possível rastrear os movimentos dos pacientes (associados a terapias de reabilitação) e convertê-los em comandos de interação com o ambiente virtual (imersivo e não-imersivo), bem como realizar o registro e a mensuração em tempo real da atividade motora realizada durante a intervenção, evidenciando a evolução funcional com o decorrer do tratamento.
Construindo sons: música improvisada e tecnologias digitais
Mário del Nunzio
Colaboração, estrutura, improvisação, limites: comentários e exemplos de estratégias e pensamentos na criação musical experimental
Quando se coloca em questão um determinado modo de criação musical, que se baseia na aceitação de determinadas normatizações / padronizações, faz-se necessário o desvelamento de tensões – p. ex., entre aspectos físicos e mentais, entre autoria e colaboração, entre o possível e o real – e a busca por sínteses. tais questões serão comentadas a partir de exemplos de atividades musicais nas quais o palestrante está ou esteve envolvido.
Mário del Nunzio atua no contexto da música contemporânea / experimental. mestre e doutor em música, com pesquisas respectivamente sobre fisicalidade e processos colaborativos na música experimental. álbuns lançados contemplam música eletroacústica, improvisação e interpretação de música de concerto. um dos idealizadores do encun, do ibrasotope (2007-18) e do festival internacional de música experimental (2015-17).
Biblioteca ELSE para o Pd/PlugData e Tutorial de Live Electronics
Nesta palestra serão demonstrado desenvolvimentos que resultaram em uma das mais famosas bibliotecas para PD, ELSE, assim como os tutoriais e diversos desenvolvimentos que possibilitam hoje a utilização mundialmente reconhecida desta ferramenta.
Alexandre Torres Porres é músico, professor e produtor cultural. Estudou harmonia, arranjo e contraponto com Antonio Adolfo. Estudou graduação de Composição e Regência na EMPAB (Escola de Música e Belas Artes do Paraná) e bacharelado em Produção Musical na UFPR (Universidade Federal do Paraná). Mestre em Composição (Unicamp) e Doutor em Sonologia/Computação Musical (USP) com estágio de pesquisador na McGill/Canadá. Em 2017 realizou estágio de Pós Doutorado na UFPE, em projeto de pesquisa de desenvolvimento de aplicativos musicais e educacionais para dispositivos móveis, realizado em parceria com a D’accord Music Software.
Stéphan Schaub e Francisco Zmekhol (mais informações em breve)
Criado em 8 de abril de 1983 pela portaria GR 101/83, o NICS tem como objetivo promover a pesquisa científica que envolva as diferentes manifestações do som. Destaca-se sua vocação na pesquisa interdisciplinar, abordando temáticas inovadoras, ainda para a época, e que continuam se atualizando, dente elas a poluição sonora, análise dos cantos dos animais, fonética, música eletrônica, registros etnomusicológicos. Sua elaboração e início contou com o empenho do Prof. Dr. Raul do Valle, do Departamento de Música, que foi pioneiro ao idealizar um diálogo com a música contemporânea; contou com a área da acústica e a ressonância dos sons na visão do Prof. Dr. Carlos Arguello (Instituto de Física “Gleb Wataghin”); com o som dos pássaros e os seus múltiplos cantos no ponto de vista da bioacústica do Prof. Dr. Jacques Vielliard (Instituto de Biologia); e com a análise do espectro sonoro e processamento de sinais do Prof. Dr. Furio Damiani (Faculdade de Engenharia Elétrica).
Ofício CGI 88/82 trata da criação do Núcleo Interdisciplinar de Comunicação Sonora.
Portaria de Criação do NICS, publicada no Diário Oficial em 8 de Abril de 1983.
Raul do Valle, professor do Departamento de Música do Instituto de Artes (IA), pioneiro ao idealizar o Núcleo Interdisciplinar de Comunicação Sonora (NICS), criado em 1983, Coordenador do NICS de 1983-2000
Jonatas Manzolli (em pé), recém-doutor, inicia atuação no Núcleo Interdisciplinar de Comunicação Sonora (NICS), discutindo questões articuladas entre música e tecnologia, 1994 (Foto: Antoninho Perri)
Documentário “O Beija Flor”, produzido pelo jornalista Ciro Porto da EPTV Campinas, com trilha sonora de Raul do Valle, coordenador do NICS, e regência do maestro Benito Juarez; ganha 4 prêmios nos Estados Unidos.
Documentário “O Beija Flor”, produzido pelo jornalista Ciro Porto da EPTV Campinas, com trilha sonora de Raul do Valle, coordenador do NICS, e regência do maestro Benito Juarez; ganha 4 prêmios nos Estados Unidos.
Ciro Porto, repórter da EPTV Campinas (esquerda), Raul do Valle (centro), do Núcleo Interdisciplinar de Comunicação Sonora (NICS) e Jacques Vielliard, do Instituto de Biologia (IB) interagem em produção do premiado documentário “Beija-Flor”, 1995
Primeiro sistema autônomo de composição musical é desenvolvido pelo pesquisador Jônatas Manzolli do Núcleo Interdisciplinar de Comunicação Sonora (NICS). O projeto concluído é apresentado em Zurique, na Suíça, o ORBIT 98.
Primeiro sistema autônomo de composição musical é desenvolvido pelo pesquisador Jônatas Manzolli do Núcleo Interdisciplinar de Comunicação Sonora (NICS). O projeto concluído é apresentado em Zurique, na Suíça, o ORBIT 98.
Pesquisadores do Núcleo Interdisiciplinar de Comunicação Sonora (NICS) participam da “ADA: Intelligent Space”, projeto de pesquisa entre o NICS e o Institute of Neuroinformatics (INI) do Swiss Federal Institute of Technology (ETHZ) de Zurique. A ADA é apresentada de maio a outubro na EXPO.02 (exposição nacional da Suíça que se realiza a cada 30 anos), numa plataforma aquática localizada num dos lagos do Cantão de Neuchâtel.
Instalação sonora inédita leva visitante a interagir com cenários que remetem a água, fogo, terra e ar. Trata-se Hello Stranger, em que Jônatas Manzolli, do NICS, criou a estrutura musical interativa. Jornal da Unicamp, 13 a 19 de junho de 2005